Segundo cientistas, cultivo em laboratório pode reduzir em até 96% as emissões de gases estufa associadas à produção comum, poupar energia, terra, água e vida animal
São  Paulo – A ideia pode parecer bizarra, mas um número cada vez maior de  cientistas ao redor do mundo vem se dedicando à produção de carne de  laboratório, apontada como solução para acabar com os problemas  ambientais relacionados à indústria pecuária e também como antídoto  contra a fome mundial – afinal, em 2050, seremos 9 bilhões de habitantes  em um planeta de recursos finitos.
Um  estudo recente das Universidades de Oxford e Amsterdã mostra que a  produção de carne artificial pode reduzir entre 78% e 96% as emissões de  gases efeito estufa associadas à produção convencional. “O cultivo em  laboratório é uma forma mais eficiente de produzir carne com impactos  ambientais substancialmente menores do que os da indústria pecuária  atual”, afirma à EXAME.com Hanna Tuomisto, cientista da Universidade de Oxford que dirigiu o estudo.
  Mais, o método de produção de carne in vitro usaria  até 40% menos energia e entre 82% e 96% menos água. Outra questão  ambiental que seria resolvida é a da necessidade de grandes extensões de  terra – o cultivo em laboratório exigiria apenas 1% de toda a área  ocupada atualmente pela criação de animais ruminantes.
  Hoje,  pelos pastos do mundo, existem cerca de 1,5 bilhão de cabeças de gado  bovino e bilhões de outros ruminantes esquentando o planeta com gás  metano, que é liberado na atmosfera pela fermentação no processo  digestivo ou pelos dejetos. No Brasil, a pecuária extensiva e o  desmatamento associado à ela respondem por metade das emissões  nacionais. Diante deste cálculo, o consumo de carne artificial pode  levar a um saldo ambiental mais positivo para o planeta.
Tão saudável quanto salmão
De acordo com a pesquisadora, no processo de produção artificial, o animal aparece apenas como um doador de células-tronco. Depois de coletadas, sem risco à vida do bicho, elas são convertidas em célula musculares e cultivadas em um biorreator com substâncias e vitaminas que estimulam o crescimento do tecido. “O resultado final é um bolo de carne moída e não um pedaço de bife, mas ainda assim é carne, só muda o formato”, diz a cientista. Dependendo da espécie do animal doador, tem-se uma porção de carne de boi, de frango ou porco.
  Tão saudável quanto salmão
De acordo com a pesquisadora, no processo de produção artificial, o animal aparece apenas como um doador de células-tronco. Depois de coletadas, sem risco à vida do bicho, elas são convertidas em célula musculares e cultivadas em um biorreator com substâncias e vitaminas que estimulam o crescimento do tecido. “O resultado final é um bolo de carne moída e não um pedaço de bife, mas ainda assim é carne, só muda o formato”, diz a cientista. Dependendo da espécie do animal doador, tem-se uma porção de carne de boi, de frango ou porco.
A carne in vitro também  guarda outra peculiaridade – seu conteúdo nutricional pode ser  controlado de modo a se ter um alimento sem gordura alguma ou com algum  tipo de gordura saudável, como o ômega 3, presente em peixes como atum e  salmão. Por si só, esse já seria um bom motivo para a carne de  laboratório cair nas graças de muita gente que sofre com problemas de  hipertensão e excesso de peso, condições que normalmente exigem  alimentação mais frugal, sem os excessos de uma mesa farta de bifes  suculentos.
  Mas  será que é fácil convencer a população a fazer uma mudança de hábitos  alimentares como essa? Segundo Hanna, não há razões para rejeição. “  Muitas pessoas têm medo de novas tecnologias, mas, aos poucos, vão se  acostumar a elas", prevê a cientista. "Primeiro, vão comer carne  cultivada em alimentos processados, como salsichas e hambúrgueres. E se o  gosto é bom e o preço é menor do que o da carne convencional, é muito  provável que a maioria das pessoas optem por ela”. 
Chegar a  esse patamar, no entanto, não será fácil. A produção em laboratório  ainda não tem escala comercial nem recursos suficientes. Mas nem tudo  está perdido. Segundo Tuomisto, uma vez estabelecida a produção  comercial e carne artificial, ela deve se tornar mais barata que a carne  convencional ou, pelo menos, ter preço similar à carne de frango. Se  com todas essas vantagens destacadas a carne ainda for saborosa, vai ser  difícil resistir mesmo.
 Vamos colaborar com o Mundo; com o meio ambiente; com o ar que respiramos; com o nosso organismo. A ideia é fantástica, e com certeza terá ótimos benefícios para todos nós. É questão de adaptação.
 
 
3 comentários:
Típico, assim as empresas estadunidenses conseguem falir os criadores de gado do mundo todo e tornar-se os fornecedores exclusivos de carne para o mundo inteiro, praticando os preços que bem entenderem.
Ainda saem com salvadores do mundo enquanto continuam despejando toneladas de CO₂ na atmosfera, pois são eles de fato os grandes vilões, maiores produtores de gases de efeito estufa.
Ninguém percebe algo de errado nesse proposta?
[]’s
Cacilhας, La Batalema
Andreia muito interessante essa matéria, mas concordo com o amigo, tem algo de estranho nisso aí...Eu não como carne, mas se comesse acredito que não comeria carne artificial não, muita tecnologia pra mim rsrs. Parab´´ens pelo blog, muito bacana, com materias interessantes, não poderia esperar outra cosia de você! Continue assim, o mundo precisa de pessoas como vc! Beijos.
De fato não tenho nada contra carne artificial em si, cientificamente a ideia é muito legal.
A questão que levanto é sobre quem são as empresas e os governos por trás, que têm um histórico de, por trás de uma máscara de mocinhos, agir como os piores vilões da humanidade.
[]’s
Cacilhας, La Batalema
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